
Desde os primeiros séculos, os cristãos pintaram e
esculpiram imagens de Jesus, de Nossa Senhora, dos santos e dos anjos, não para
adora-las, mas para venerá-las (dicionário: Render culto a; reverenciar , Ter em grande consideração; respeitar,
acatar). As catacumbas e as Igrejas de Roma, dos primeiros séculos, são
testemunhas disso. Só para citar um exemplo, podemos mencionar aqui o fragmento
de um afresco , do início do século III.
É a mais antiga imagem da
Santíssima Virgem. O Catecismo da Igreja traz uma cópia dessa imagem (ed. De
bolso, ed.Loyola, pág. 19).
É o caso de perguntar então: Será que os cristãos foram
“idólatras” por cultuarem essas imagens?.
É claro que não. Eles foram santos, mártires, derramaram,
muitos deles, o sangue em testemunho da dé.
Seria blasfêmia acusar os primeiros mártires da fé de
idólatras. O Concílio de Nicéia II, em 787, declarou: “ Na
trilha da doutrina divinamente inspirada dos nossos santos Padres, e da
Tradição da Igreja Católica, que sabemos ser a tradição do Espírito Santo que
habita nela, definimos com toda a certeza e acerto que as veneráveis e santas
imagens, bem como a representação da cruz preciosa e vivificante, sejam elas
pintadas, de mosaico ou de qualquer outra matéria apropriada, devem ser
colocadas nas Santas Igrejas de Deus, sobre utencílios ed as vestes sacras,
sobre paredes e em quadros, nas casas e nos caminhos, tanto a imagem de Nosso
Senhor, Deus e Salvador, Jesus Cristo, quanto a de Nossa Senhora, a puríssima e
santíssima Mãe de Deus, dos santos anjos, de todos os santos e dos justos”. (catecismo
da Igreja Católica, n. 1161)
Deus nunca proibiu de
fazer imagens, e sim “ídolos”, para adorar. O povo de Deus vivia na terra de Canaã, cercado de
povos pagãos que adoravam ídolos em forma de imagens( Baals, Moloc, etc) .
Era isso que Deus proibia terminantemente. A prova disso é
que Deus ordenou a Moisés que fabricasse imagens de dois querubins e que também
pintasse suas imagens nas cortinas do Tabernáculo. Os querubins foram colocados
sobre a Arca da Aliança. Confirme isso
nestas passagens: Ex 25,18s; Ex 37,7; Ex 26,1-31; I Rs 6,23; I Rs 7,29; 2 Cr
3,10.
Deus mandou que, no deserto, Moisés fizesse a imagem de uma
serpente de bronze (Nm 21,8-9), que prefigurava Jesus pregado na
cruz (Jô 3,14). Que fique claro,
Deus nunca proibiu imagens, e sim “fabricar imagens de deuses falsos” . Mas isso os cristãos nunca
fizeram, porque a Igreja nunca permitiu. As imagens sempre foram, em todos os
tempos, um testemunho da fé. Para muitos que não sabiam ler, as belas imagens e
esculturas foram como que o Evangelho pintado nas paredes ou reproduzido nas
esculturas. As Igrejas eram “Bíblias de pedra”. As imagens nos lembram que
aqueles que elas representam chegaram à santidade por graça e obra do próprio
Deus. São exemplos a serem seguidos e diante de Deus intercedem por nós.
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