quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

O Casamento segundo a Igreja

                                            


Deus criou o homem e a mulher e os uniu em matrimônio. Ele percebeu que "não é bom que o homem esteja só" (Gn 2, 18a). Então, disse ao homem: "Eu vou dar-lhe uma ajuda que lhe seja adequada" (Gn 2,21-22). Ao ver Eva, Adão exclamou feliz: "Eis agora aqui o osso de meus ossos e a carne de minha carne" (Gn 2,23a). Foi, sem dúvida, a primeira declaração de amor do universo. Adão se sentiu feliz e completo em sua carência. Então, Deus disse: "Por isso o homem deixa o seu pai e sua mãe para se unir à sua mulher; e já não são mais que uma só carne" (Gn 2,24). Isso quer dizer: serão uma só realidade, uma só vida, uma só união perfeita em que não haverá mentiras, falsidades, brigas, ofensas, traições etc. E Jesus fez questão de acrescentar: "Portanto, não separe o homem o que Deus uniu" (Mt 19, 6b). Não existe família sem a união de um homem com uma mulher.
Deus disse ao casal: "Frutificai e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a" (Gn 1,28). Aqui está o sentido mais profundo do casamento: "frutificai [crescei] e multiplicai". Deus quer que o casal, na união profunda do amor, cresça e se multiplique nos seus filhos; e daí surge a família, a mais importante instituição da humanidade. A primeira dimensão do casamento é o crescimento mútuo do casal no seu amor fecundo. Ninguém pode multiplicar sem antes crescer. Como é que um casal vai educar os filhos, se eles, antes, não se educaram, não cresceram juntos? Se a esposa não se tona melhor por causa da presença do marido a seu lado, e vice-versa, então o casamento deles está sem sentido, pois não realiza sua primeira finalidade. Enfim, o casamento não é para "curtir a vida a dois", egoisticamente; ele existe para vivermos ao lado de alguém muito especial e querido que queremos construir. É por isso que se diz: "amar não é querer alguém construído, mas, sim, construir alguém querido". Para ajudar o outro a crescer é preciso aceitá-lo como ele é, com todas as suas qualidades e defeitos. A partir daí é possível então, com muita paciência e carinho, ajudar o outro a crescer; e crescer quer dizer "atingir a maturidade como pessoa humana", no campo psicológico, emocional, espiritual, moral etc. E para isso é preciso a graça de Deus que vem pelo sacramento do matrimônio e uma vida de oração, vivência dos sacramentos, meditação da Palavra de Deus e de leituras espirituais.
A unidade do casal feita no amor é a base de sua felicidade, e também dos filhos. Marido e mulher devem ser unidos e não apenas "estar juntos". É como a união do café com o leite, em que ambos "desaparecem" para dar origem a uma nova realidade.

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