Alguns perguntam: "Se Deus existe, então, como pode permitir tanta desgraça?". A resposta católica foi dada de maneira clara por Santo Agostinho (†430) e por São Tomás de Aquino (†1274): "A existência não se deve a falta de poder ou de bondade em Deus; ao contrário, Ele só permite o mal porque é suficientemente poderoso e bom para tirar do próprio mal o bem". "Tudo concorre para o bem daqueles que amam à Deus" (Rm 8,28). Deus, sendo perfeitíssimo, não pode ser a causa do mal, logo, é a própria criatura que pode falhar, já que não é perfeita como seu Criador. Mas, o mal pode ser também o uso mal de coisas boas. Uma faca é boa na mão da cozinheira, mas não na mão o assassino... O sofrimento da humanidade, sobre tudo, é também fruto do pecado. São Paulo disse que "o salário do pecado é a morte" (Rm 6,23).
Nossos erros geram sofrimento para nossos descendentes também. Os filhos não herdam os pecados dos pais, mas podem sofrer pelas consequências desses pecados.
O Beato João Paulo II, em 11 de Fevereiro de 1984, na Carta Apostólica sobre sofrimento disse que: "O sentido do sofrimento é tão profundo quanto o homem mesmo, precisamente porque manifesta, ao seu modo, a profundidade própria do homem e ultrapassa esta. O sofrimento parece pertencer a transcendência do homem".
Para que o homem fosse "grande", digno, nobre, Deus o fez livre, inteligente, com sensibilidade, vontade, memória etc. Deus não poderia impedir o homem de lhe dizer "não": senão lhe tiraria a liberdade, e ele seria apenas um robô, uma marionete, um teleguiado. E Deus não quis isso. Deus não é paternalista, é Pai: não fica "passando a mão por cima" dos erros dos filhos. Esta é a Lei da Justiça: quem erra, deve arcar com as consequência de seus erros. "Deus não fez a morte nem tem prazer em destruir os viventes" (Sb 1,13).
Pax!
Nenhum comentário:
Postar um comentário