"Apareceu em seguida um grande sinal no Céu: uma Mulher vestida do sol, a sua debaixo de seus pés, e na cabeça uma coroa de doze estrelas" (Ap 12,1).
Essa visão maravilhosa que São João teve quando estava deportado na ilha de Patmos revela toda a majestade e poder de Nossa Senhora e da Igreja. Nessa coroa de 12 estrelas formada sobre sua cabeça, São Luís Maria Grignion de Montfort viu as glórias e méritos de Maria, "mais numerosos do que todas as estrelas do céu". Esse santo escreveu o O Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem.
Nesse pequeno e robusto Tratado, São Luís, diz logo na introdução: "Foi por intermédio da Santíssima Virgem Maria que Jesus veio ao mundo, e é também por meio dela que ele deve reinar no mundo". No final da introdução, completa: "Maria Santíssima tem sido até aqui desconhecida, e é essa uma das razões por que Jesus Cristo não é conhecido como deve ser. Quando, portanto, e é certo, o conhecimento e o Reino de Jesus Cristo tomarem o mundo, será como uma consequência necessária do conhecimento e do Reino da Santíssima Virgem Maria. Ela O deu ao mundo à primeira vez, e também da segunda O fará resplandecer).
A 12 de maio de 1853 foi promulgado, em Roma, "o decreto que declara seus escritos isentos de todo erro que pudessem servir de obstáculo à sua canonização". Esses escritos de São Luís foram tão inspirados que o próprio santo escreveu estas palavras proféticas: "Vejo claramente no futuro animais frementes que se precipitam com furor para estraçalhar com os dentes diabólicos este pequeno escrito e aquele de quem o Espírito Santo se serviu para escrevê-lo ou para sepultá-lo, ao menos, no silêncio de um armário, a fim de que não veja a luz".
São Luís morreu em 1716, e só em 1832 seu livro foi descoberto, por acaso, por um dos sacerdotes de sua congregação, em Saint-Laurent-sur-Sèvre, na França.
O papa João Paulo II afirmou: "A leitura desse livro marcou em minha vida uma transformação decisiva. É um daqueles livros que não basta 'ler'... A consequência foi que a devoção de minha infância e mesmo de minha juventude para com a mãe de Cristo ganhou uma nova dimensão... Enquanto antes me mostrava reservado, com medo de que a devoção a Maria pudesse deixar Cristo na sombra, em vez de lhe dar prioridade, entendi agora, à luz do Tratado de Grignion de Monfort, que a realidade é totalmente diferente. A devoção a Maria tornou-se uma parte integrante de minha vida interior e de meu conhecimento espiritual de Deus."
Na encíclica Redemptoris Mater (1987), o papa disse: "É-me grato recordar, dentre as muitas testemunhas de tal espiritualidade, a figura de São Luís Maria Grignion de Montfort, que propôs aos cristãos a consagração a Cristo pelas mãos de Maria como meio eficaz para viver fielmente os compromissos batismais."
Pax!
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